quinta-feira, 6 de dezembro de 2007




Madrugada



Nada me importa, são 23:30 e só o que respiro é solidão. A cama ainda me faz ter medo. Medo de quando o ar era mais leve e as palavras mais doces. Sinto ainda que posso ver algo entre os lençóis; os mesmos lençóis que antes estavam enibriados de um perfume que hoje me é tão presente e distante. Parece que o quarto diminuiu agora. Ele não tem mais a amplitude que eu enxergava. Parecia que era maior que o mundo e, na verdade, era o meu mundo, onde eu podia ser iludidamente feliz. Por que os momentos oníricos são contemplados de itinerários indissolúveis? Por que os meus olhos estão impregnados de você?
Já são 23:45 e não paro de ter medo da cama. Agora passo a ver espectros do passado, começo a procurar resquícios seus em todas as partes, entretanto, só me deparo com expressões abstratas. Seu retrato não me é mais o mesmo. Seu rosto está estranho agora. Será que você existiu, ou foi um mero disturbío causado por uma pílula tomada na hora errada? Não sei... Mas, por favor, você do outro lado do retrato me faça esquecer o rosto que não encontro, o beijo que não mais sinto e o fantasma que ainda me persegue.

Jamilly Barros

4 comentários:

Fabrício Tavares disse...

Novamente uma tristeza inflamada e contagiante. :S

Unknown disse...

jamilly =]
esse foi o q eu mais gosteii! ;)
muito lindoo!
bjoo :*

Reflexo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

gostei das imagens!
da potência e da fluência de teu verbo!
gostaria de conhecê-la!
continue a soltar suas diatribes na página!