sábado, 16 de fevereiro de 2008

Dive

Ana sabia... Sabia que o sinal iria tocar, não importava o quanto ela se esforcasse nunca conseguiria adivinhar a que horas aquele barulho silencioso que emanava de suas entranhas comecaria a despejar-se por todos os seus poros, só sabia que ele viria....
Em conversa consigo mesma sempre percebera que era diferente, não gostava de multidões falantes de pessoas que trocam hálitos de palavras falsas. Preferia conversar consigo mesma, falar com essa pessoa tão próxima e estranha que habita no seu intímo. Às vezes tinha vontade de gritar pro vazio, mas o que adianta se palavras proferidas na alma são condensadas por uma atmosfera de sentidos mudos? Não importa... Viver em multidões é que não iria! Queria adentrar-se por nas mentes, buscar o que ninguém jamais encontrou. Vislumbrar a imagem onírica da voz que falava com ela tantas vezes, que deixava uma dorzinha, mas que também a tornava mais ela, cada dia mais mudada e igual. Sabia que conhecer-se era difícil, mas buscar essa procura era sua dor de falta constante: sentia-se vitoriosa! Muitas vezes encontrava junto com o ser que habitava dentro dela outras vozes que tinha variadas personalidades. intigavam-na de tal forma que queria estar dentro de si mesma para encontrar esssas pessoas. Será que eram pessoas? Achava que não, pois pessoas não possuem tamanha mobilidade de esconder-se dentro de almas alheias ou será que possuíam esse Dom?
Ora de deixar-se só....Ninguém quer deixá-la....Por qual motivo não a deixam mergulhar-se? Logo agora esse sinal toca e ela não tem tempo de se trocar pra encontrar o seu eu que a encara. Tudo gira incompreensível como incoprrendida é ela por todos os seres de pensamentos físicos e atos mecânicos que a cercam. Quem dera o mundo fosse psicologicamente interior. Pena que não dá pra continuar dialogando com seus amigos introspectivos. é hora de entrar .. O sinal já parou.