terça-feira, 24 de junho de 2008

Alucinação

Cair... Será que é assim que tudo acaba? Sumir do universo sem deixar ao menos uma poeira passageira nesse mundinho chamado sociedade? Era assim que luza se imaginava. Ninguém lembrava mais do seu rosto, isso era um fato! Também como se encaixar naqueles quebra-cabeças tão dispersos! Sentia-se uma pétala de orvalho derretida nas palavras banhadas em flor. Sim, era isso mesmo: banhadas em flor! Pois a verdadeira essência da pétala desfolhada, essa ela nunca conseguiu ver por trás das máscaras e dos rostos confusos.

O mundo real parece ser tão distante perto das veleidades falsa alitadas nos corações dos seres que ainda os possuem. É necessário mesmo apedrejar as mãos estendidas? Ou é melhor resignar-se e ir junto da multidão "pensante" que passa?

Acho que o melhor é mergulhar no mundo onírico. Lá sim tudo é palpável e legível. Os rostos não se confundem e a letra do papel que cobre a verdade não é feita da tinta invisível e insolúvel do medo. Medo de ser um ser; medo de não ser o que querem que seja... Lá tudo é muito, comparado ao pouco daqui.

"A luz da luz efêmera brilha mórbida no fim do sono que agora é sonho banhado de hálitos matinais aspergidos de carinhos fáceis e falsos, porque a vida, essa depende do sonho que a carrega".

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito agradável, suave e um pouco triste, quando a narradora parece estar se resignando a algo...