domingo, 2 de dezembro de 2007

Pôr-do-céu



O entardecer sempre entristece.
Me põe a pensar no esquecido
Nas pessoas correndo sobre a grama,
No vento batendo nos lençóis
E no esvanecido.

O sol que hoje já não brilha da mesma forma
E no amor que perdeu a fôrma.
No bolo de casamento
E nas juras dadas ao vento;
No casal de namorados no banco da praça
E no velhinho solitário deixando-se roer pela traça.


Lembro-me deveras de João
Com seu albúm de divórcio na mão.
Recordo-me bem desse homem à beira da ponte,
Olhando pro mar infinito do desespero.
Lembro-me da forma como colocou o suicídio nas costas,
Tomou um gole da água ardente da tragédia
E jogou-se no mar envolto dos mal-aventurados.

Jamilly Barros de Freitas

2 comentários:

Fabrício Tavares disse...

Tão triste e ao mesmo tempo gracioso...

Bruna Lima disse...

tube
O pôr-do-sol já é lindo...
Fico tentando imaginar a grandiosidade de um pôr-do-céu!

Você é maravilhosa.